Sobre


Há mais de 30 anos que sou ventríloquo mas a minha presença em palcos ainda é mais antiga pois desde muito novo  era chamado a fazer o papel de apresentador em festas e espetáculos locais, quase sempre com cariz solidário.

Deliciava-me nessa época a ver o reconhecido ventríloquo português José Freixo e fui ganhando uma vontade enorme de me tornar um artista assim. Em segredo, fui treinando sozinho, muitas vezes em frente ao espelho, e fiz pelas minhas próprias mãos um boneco que viria a ser a primeira versão do Tonico.
Com 16 ou 17 anos, numa festa local em que era apresentador, surpreendi a plateia ao aparecer com o meu amigo que timidamente foi ganhando vida e voz. Os primeiros aplausos foram incentivo para continuar. Paralelamente, era convidado com frequência para apresentar eventos, trabalhar como speaker e  participar em skecthes cómicos. Tive também, já nessa altura, as primeiras experiências de, sozinho em palco fazer rir o público, sem sonhar sequer que noutros países já se chamava a esse estilo “stand-up comedy”.

Hoje, já com um novo visual, mas igualmente “alegre, brincalhão, inteligente, meigo, rebelde, charmoso” e “com um grande efeito sobre as mulheres”, o Tonico continua a ser a minha principal companhia nos espetáculos que são hilariantes do princípio ao fim.

Além de uma mente muito criativa e de uma grande capacidade de improviso, conto com uma boa capacidade de comunicação enriquecida por outras atividades que fui acumulando: locutor de rádio; colaborador de jornas; gerente e animador de discotecas e bares; redator institucional, comercial e publicitário; formador/ motivador de quadros comerciais.

Considero-me um ventríloquo diferente, com uma boa técnica, que apresenta um espetáculo muito dinâmico, interativo e musical.

A magia do meu ventriloquismo fica completa porque, é mais forte do que eu, em palco convenço-me mesmo de que os bonecos têm vida própria.

O caminho que percorro não é fácil. O ventriloquismo em Portugal quase não tem expressão e existe a ideia instalada de que esta arte é para crianças e no Natal. Ando todo o ano, nos mais diversos espaços, muitas vezes apenas com adultos na plateia, a provar o contrário.